Rap Conquista entrevista Gusta
- Redação do Rap Conquista
- 1 de mai. de 2024
- 4 min de leitura
Em 11 de abril de 2024, a equipe do Rap Conquista se encontrou com o cantor Gusta, em Vitória da Conquista, na Bahia, cidade onde o artista atua. Produzindo de forma independente há alguns anos, o cantor tem entre os seus destaques as faixas “Pisando Fofo”, “Pivetin de VCA” e “Carro Véio Freestyle”, ambas compostas com base no Trap, uma das vertentes do Hip-Hop.
Em entrevista para o Rap Conquista, Gusta contou como foram os seus primeiros passos na música, além das suas inspirações para escolher o gênero que iria cantar.
“Pô, mano, tipo assim, faço música desde os meus 12 anos. Comecei escutando algumas referências. Na época era Sabotage, Facção Central e Pacificadores. E aí, com 12 anos, eu vi que o Rap era um bagulho que me prendia mais além dos outros estilos musicais. Sempre escutei muita música na minha vida toda. O Rap foi a vertente que mais me prendeu, assim. Aí, comecei dos 12 anos e não parei até hoje.”
Segundo estatísticas do Spotify, uma das maiores plataformas de áudio do mundo, alguns artistas que produzem rap já estão entre os maiores do país, além de possuírem álbuns musicais com números relevantes, como “Dos prédios”, do rapper paulista Veigh, com mais de 200 milhões de reproduções. Gusta fez uma comparação entre o Rap e o Sertanejo, argumentando sobre como a disputa entre os dois estilos musicais, por parte dos ouvintes, está cada vez mais acirrada.
“É um bagulho (o Rap) que vem crescendo cada vez mais, acho que hoje em dia só perde pro sertanejo. Só tende a crescer cada vez mais, o Rap, trap, é um bagulho que sempre vem surgindo muitas vertentes diferentes, tipo, “Plug”, “Jersey”, “Junk”, tá’ ligado? É um bagulho que sempre vem surgindo coisas novas. Então, pô, é um bagulho que sempre tende a ir mais pra frente.”
Entretanto, o artista considera que não existe uma competição de fato entre o Rap e o Sertanejo.
“Mano, eu acho que não se enquadra como uma competição, até porque tanto o sertanejo quanto o rap são estilos distintos, e creio que cada um tá aí na luta para alcançar o seu próprio espaço, tá’ ligado? Música, mano, é um bagulho que todo mundo escuta de tudo um pouco, então, a rapaziada que consome sertanejo pode sim começar a consumir o trap que a gente faz. Assim como a rapaziada que também escuta o trap, não é tão comum, mas creio que seja possível, pode consumir o sertanejo também. Então, é um bagulho que, na minha sincera visão, estão ali no mesmo nível.”
Ao ser perguntado sobre o Rap a nível local, Gusta expressou sua frustração com o público, que ainda não busca consumir o estilo musical em larga escala em Vitória da Conquista.
“O bagulho é que aqui na cidade (Vitória da Conquista), o rap já não é um gênero que vende tanto quanto em outros lugares, como São Paulo, Salvador e Rio de Janeiro. Até porque pelo fato de aqui ser interior e a galera consumir um bagulho que é totalmente diferente. Aqui a galera curte mais bregadeira, uma arrochadeira, algo que toca mais em festa. Quando é pra escutar Rap ou Trap, a rapaziada sempre prefere escutar mais em casa mesmo, tá’ ligado? E acho que a principal dificuldade é só a gente daqui da cidade mesmo conseguir colocar o bagulho mais pra frente.
Gusta já realizou algumas apresentações ao vivo em Vitória da Conquista, como a abertura dos shows de L7nnon, artista consagrado do Rap no Brasil, e do artista Matuê, dono da gravadora “30praum”, uma das mais relevantes do gênero no país. O cantor relatou como foi essa experiência e qual foi o impacto causado em sua carreira após participar dos shows.
“Pô, velho, aqui na cidade, depois que a gente abriu o show do L7 (L7nnon), foi um impulso imenso na nossa carreira. E depois que a gente foi lá, bastante gente, não só do trap, mas de outros estilos musicais aqui da cidade, começaram a abrir o olho pro nosso trabalho. Mas até hoje não é um bagulho que, ah, muda nossa vida, tá’ ligado? É mais de ‘ah, eu curti seu trap.’”
Gusta comentou, também, sobre quais são os seus objetivos na música
“Mano, simplesmente viver dela, tá’ ligado? Todo mundo vê aí o lifestyle de outros artistas, Matuê, Orochi… A gente faz a música pra chegar naquele nível. Pra gente conseguir uma melhora pra nossa família e para gente conseguir realmente viver da nossa arte.”
Baseado em suas experiências, o cantor deixou uma dica para quem está iniciando a produzir música.
“Mano, para alguém que tá começando agora na música, é adquirir conhecimento de tudo que engloba fazer a música, seja o processo de gravação, mixagem, tá’ ligado? Porque isso é importante, é focar em você fazer seu trabalho independente, sem precisar depender muito de outras pessoas. É isso, velho.”
Gusta é agenciado pela Ursus Produtora e possui parceria com a marca de roupas Boobear. Para ouvir as músicas do artista, clique aqui.
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