Rap, Família e Sagacidade: Conheça Tupã
- Redação do Rap Conquista
- 12 de mai. de 2024
- 4 min de leitura
Em 25 de abril de 2024, a Redação do Rap Conquista se encontrou com o artista Tupã, artista do Rap/Trap, em Vitória da Conquista. Com 24 anos de idade, já produziu músicas como “Chico Bento”, “Cane Corso” e “Cédulas” que, juntas, já somam quase 6 mil reproduções na plataforma Spotify. Além disso, Tupã vem movimentando a cena local com o lançamento “Hype Brasileiro” e atualmente está trabalhando em seu próximo projeto, a mixtape “Mlk Astutu”.
Ao falar sobre si mesmo, Tupã relata sobre sua busca em se reconhecer na arte. “Mano, eu diria que Tupã é um moleque astuto, tá’ ligado? Um moleque meio maluco mesmo, que já nasceu artista, e tenta se encontrar em vários setores da arte. Tô tentando me encontrar até agora.”
Sua primeira música lançada neste ano foi “Hype Brasileiro”, que busca contar a vivência de uma pessoa realizada na vida, trazendo palavras de inspiração para quem escuta a obra. Ao ser perguntado sobre o que seria o “Hype Brasileiro”, Tupã explicou sobre seu avô, a inspiração para a criação do conceito da canção.
“O Hype Brasileiro é meu vô, mano. Meu vô fuma desde os oito anos de idade, pra caraio’. Saiu do Nordeste para construir a vida em São Paulo, tá’ ligado? Hoje em dia que ele já tá aposentado, já tá fortão, o negão tá brabo. Aí ele vive fumando, tomando um de quebrada na esquina. Isso é o Hype Brasileiro, mano. Você trabalhar todo dia, acordar cedo, meter marcha nos seus sonhos, nos seus planos. E gastar a ‘onda’ também, tá ligado?”

Foto: Allan Victor (Rap Conquista)
Tupã foi perguntado, também, sobre o seu maior sonho, e, mais uma vez, contou sobre um familiar em sua resposta, mostrando a proximidade com a família e o carinho que possui por ela. “Mano, meu maior sonho é transformar minha irmã na artista que ela nasceu pra ser, tá’ ligado? Porque eu não sou o mais ‘brabo’ da minha família, não. Minha irmã tem 12 anos, então eu tô tentando fazer meu corre pra dar uma estrutura pra ela.”
Após duas respostas envolvendo familiares, Tupã despertou a curiosidade da equipe do Rap Conquista, que o questionou sobre quais são as suas inspirações musicais na família.
“Mano, tem uma bifurcação nessa ideia aí. Meu primeiro artista referência foi meu tio, tá’ ligado? Porque meu tio é muito lombrado'. Tipo, ao mesmo tempo que ele é professor de faculdade de Física, ele toca numa banda de Heavy Metal, tá ligado? Ele é guitarrista, ele sempre foi muito artista. Eu colava na casa dele, assim, molequinho, cinco anos de idade, e eu via ele tirar um solo muito foda, tá ligado? Sempre viajei muito na vibe’ do meu tio.”
Em 2024, Tupã lançará seu segundo álbum na carreira, a mixtape “Mlk Astutu”. Para falar sobre seu novo projeto, o artista não mede palavras para mostrar ao público como as músicas buscarão ser diferentes daquelas que já estão no mercado.
“Nesse processo que eu tô agora da tape’, eu tô tentando juntar esse meu lado malucão com uma coisa mais profissional. Porque hoje em dia, eu me sinto profissional no que eu faço, tá ligado? Não sou tão reconhecido, mas já me sinto profissional. E aí, na tape, mano, eu tento trazer minha filosofia maior, tipo, ser sagaz. Se você traduzir astuto do latim para o português, é sagacidade, tá ligado? Então, eu tento trazer as rimas de uma forma sagaz. Não vou trazer um discurso muito sério, não. Acho que vai ficar pra frente, acho que não é isso. Não é o que tá no meu coração, Vou só fazer uma parada massa.”
Após falar sobre a sua inspiração no Rap Internacional e mencionar o artista “Tyler The Creator”, Tupã foi questionado se sua filosofia ao trazer uma obra, seja uma música ou um álbum, é contar uma história ao longo da obra, como é feito por Tyler. Tupã aproveitou a pergunta para fazer uma crítica ao cenário atual do Rap.
“Tento (contar uma história), mano. Uma crítica que eu deixo meio que pras letras em geral é que, tipo, elas são muito desconexas. Tipo, os manos’ meio que... Os manos’ e as minas’, né? Rimar uma palavra, tipo, uma frase, e depois tentar encaixar outra frase aleatória, tá’ ligado? E eu não me identifico muito com isso. Eu escuto muita música, assim, e gosto, mas eu não consigo fazer isso. Eu tento, tipo, construir uma história... Na verdade, eu nem tento, mano. Eu só vou indo e quando eu vou ver, alguém já me falou que, tipo, caralho, é uma história.”
Ao final da entrevista, nossa equipe pediu para o artista enviar uma mensagem ao Tupã do futuro. “Tupãzinho do futuro, mano, segue sua caminhada, não seja tão confuso assim, use sua confusão da forma certa, tá ligado? E abraça sua lombra do momento. Beleza que você teve suas falhas, você não lançou aquelas músicas lá, mano, mas lança as que você tá pensando agora, ignora os bagulhos, faz o que você tá na sua mente mesmo pra fazer, tá ligado? Segue sua intuição, segue sua intuição. Eu tô agora aprendendo a seguir minha intuição, mas ainda acho que vou falhar, mas é isso, segue sua intuição, tá bom?”

Foto: Allan Victor (Rap Conquista)
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