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O que o conquistense acha do Rap?

O Rap tem construído uma sólida representatividade ao decorrer dos anos nos gêneros musicais ouvidos pelos brasileiros. De acordo com o Portal Insights, em 2023 foi o terceiro gênero musical mais ouvido na plataforma Spotify. Tendo como referência a crescente do Rap no cotidiano das pessoas, a equipe do Rap Conquista decidiu ouvir relatos de cidadãos com idades e opiniões diferentes, na Praça Tancredo Neves, acerca da relação que elas possuem com o gênero musical.

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Praça Tancredo Neves, local onde a pesquisa foi realizada. Foto: Allan Victor


O primeiro abordado foi Washington, de 45 anos. Ele diz gostar de Rap e costuma ouvir músicas internacionais do gênero. “Eu gosto, não é uma prioridade, não é um gênero prioritário, mas eu ouço [...] não é um dos gêneros que eu mais ouço, ouço mais pagode”, relatou o entrevistado. Ao ser questionado sobre qual cantor/grupo musical ele indicaria para pessoas que não possuem muita afinidade com o Rap, optou pelo grupo Racionais MC's. “Racionais é o principal, é o que ecoa mais alto, vamos dizer assim, né”, disse Washington. Para ele, houve uma desvirtualização no propósito do gênero musical. “Não só o Rap, mas várias coisas na sociedade se perderam [...] na década de 80, década de 90 era melhor”, finalizou. 


O segundo abordado, por acaso, foi um produtor musical de hip-hop, Dudu (Blay-G), de 19 anos. “Desde pequeno sempre me identifiquei bastante com o Rap, sabe? Desde quando eu era criança, fui muito ligado à esta cultura, sempre fui muito ligado à cultura afro [...] então tipo assim, o Rap sempre foi algo muito vivo na minha família [...] gosto tanto de Rap que até me encorajo a fazer alguns”, disse Dudu. Conhecido pelo nome artístico Blay-G, o artista começou a produzir músicas de um dos subgêneros do Rap, o Trap, usando o próprio celular para gravar, editar e publicar as faixas. Racionais MC 's também foi mencionado pelo entrevistado como indicação para não-ouvintes do gênero, além do também brasileiro Emicida e dos estadunidenses Ice Cube, Notorious B.I.G. e Tupac.


Já Anderson, de 31 anos, relata que o Rap é além de ser somente um estilo de música, sendo uma forma da pessoa se expressar, protestar e falar a respeito das vivências e dificuldades. Ele costuma ouvir Rap às vezes e não possui uma relação forte com o gênero musical, mas reconhece um poder de denúncia social que o gênero possui. “Eles conseguem expressar aquilo que acontece, denúncias de preconceito, racismo, homicídio de pessoas negras”, comentou Anderson. 


Os três últimos relatos coletados foram de Neide, 68 anos, Roberto, 59 anos e Lafaete, 60 anos, que não possuem vínculo com o gênero musical. Neide é uma pessoa evangélica e costuma escutar principalmente louvores, ela desconhece a fundo o Rap e diz não ser do seu estilo. Roberto é um promotor de shows e eventos, declarou que seu gosto musical é voltado principalmente para músicas antigas, mas afirmou que “para os jovens, (o Rap) é uma coisa boa, bonita [...] eu sou mais do passado, das músicas antigas, mas eu gosto, adoro, acho bonito [...] além de ser uma música dançante, ela retrata algumas coisas na dança e na música”. Lafaete, assim como Neide, declarou não gostar e não ouvir ao gênero e, assim como Roberto, costuma ouvir músicas mais antigas.


Dos dados coletados durante a pesquisa, cerca de 50% das pessoas afirmaram gostar e escutar Rap, enquanto 16,6% desconhecia o gênero e 33,3% conheciam, porém não escutavam. A média de idade condiciona a conclusão de que o gênero costuma atingir pessoas abaixo de 50 anos, principalmente jovens e jovens adultos. A unanimidade apresentada acerca dos entrevistados que conhecem o gênero é de que o grupo Racionais MC 's ainda é o mais influente no Rap nacional.


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